Infância x Telas

Os nativos digitais são a chamada Geração Alpha, possuem o uso intuitivo de tecnologias, mas… será que o uso delas nos primeiros anos de vida é saudável?

Expansão das redes sociais

Você já deve ter percebido ou mesmo comentado com alguém sobre a falta de tempo, sobre o quanto estamos em um ritmo exacerbadamente acelerado. Infelizmente o imediatismo e a busca por resultados em um curto espaço de tempo vem sendo um fator determinante para a aceleração do dia a dia das pessoas. Dessa forma, muitos pais, mães e responsáveis por crianças se veem na comodidade de oferecer telas, smartphones, videogames, TVs para que os bebês e crianças “fiquem quietos”. Entretanto, essa prática é altamente prejudicial! Diversos estudos comprovam os severos danos que o uso indevido, desregulado e precoce das telas pode causar às crianças. Se você é uma mãe, um pai, responsável por uma criança, ou mesmo está ligado à educação infantil, leia com atenção e calma, pois este texto pode te auxiliar e trazer informações importantes.

O que diz a ciência?

Vários estudos psicopedagógicos e neurocientíficos têm direcionado esforços para analisar a situação do acesso à telas na infância. Em 2019 foi publicado, no site da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) um estudo que relata dez consequências negativas da exposição às telas para crianças de 0 a 3 anos. Logo, o uso de mídias digitais em um período fundamental de crescimento e desenvolvimento cerebral e mental é prejudicial e, portanto, não recomendam o oferecimento de telefone celular, smartphone e tablets como um “brinquedo” ou “distração”.

De acordo com Colman e Proença (2020), alguns neurocientistas vêm analisando o impacto causado ao córtex cerebral em relação a quantidade de tempo em frente às telas. Os estudos concluíram, por meio de um exame chamado volumetria, que quanto mais horas a criança passa em frente a tela, mais fino é o seu córtex cerebral. Mas para que serve o córtex cerebral? Ele está diretamente relacionado ao coeficiente de inteligência das pessoas. Segundo Desmurget (2019), a quantidade de tempo em frente a uma tela atrasa a maturação anatômica e funcional do cérebro em várias redes cognitivas associadas à linguagem e à atenção. 

Conforme apresentado por (CRESPI;NORO;NÓBILE,2020), a estrutura cerebral da criança passa por significativas transformações durante seus primeiros anos de vida até, aproximadamente, os três anos. O processo de maturação cerebral acontece com mais intensidade durante os três primeiros meses de vida e é devido aos estímulos externos e relações interpessoais, que as sinapses se multiplicam rapidamente, estabelecendo conexões e aumentando assim, o repertório de habilidade diversas da criança. Além disso, de acordo com o neuropediatra Antonio Carlos Farias, revista CRESCER de 2014, “até os três anos pelo menos, para o desenvolvimento da linguagem, a criança precisa da interação face a face” visando estimular a fala e outras habilidades de comunicação. Um estudo apresentado na revista CRESCER 2018a apresenta que quanto maior o tempo de tela, maior a probabilidade de o bebê apresentar atrasos no desenvolvimento da fala, estima-se que 30 minutos de exposição diária já aumenta o risco em 50%.

Conforme apresentado na revista CRESCER 2019a, normalmente, piscamos de 15 a 20 vezes por minuto, mas quando estamos olhando algo fixamente, por exemplo uma tela, para não perder a definição daquilo, o cérebro regula a quantidade de piscadas para cerca de 2 a 3 vezes por minuto. E se você faz isso demoradamente, causa o chamado olho seco, dando a sensação de areia ou cisco nos olhos, eles ficam com aspecto avermelhado e irritado. Além disso, outro fator apresentado pela revista CRESCER 2018b, está relacionado com o impacto no sono, como a sensibilidade da criança à luz é ainda maior que a do adulto, isso atrasa seu pico de melatonina. Logo, tablets e smartphones, muitas vezes usados para acalmá-las, podem dificultar que elas peguem no sono.

Controle parental

Embora a nova geração seja nativa digital, é de responsabilidade dos adultos, pais, responsáveis, profissionais da educação, o controle e limitação dos usos de tecnologias. Os estudos comprovam os severos danos causados pela exposição às telas durante a infância, porém, a radicalização e a proibição não são o melhor caminho!

O controle parental é um recurso importante para a saúde da nova geração. Embora pais e responsáveis não disponham de uma quantidade e qualidade de tempo para se dedicarem às essas questões, é importante que estejam atentos. Nos primeiros anos de vida, mesmo para a geração Alpha, que é extremamente digital, deve-se garantir os desenvolvimentos psico-motores. A saúde de uma criança é extremamente importante, logo, a dedicação e participação ativa dos responsáveis na criação dos filhos é determinante.

Quais ferramentas podem ajudar?

As tecnologias não são vilãs, são ferramentas que devem ser utilizadas com consciência e ética. Agora que você já conhece os severos danos que as telas podem oferecer para crianças de até 3 ou 4 anos e que o controle parental é determinante para uma boa saúde compartilhe esse texto com amigos para que eles também possam se informar. Mas o que podemos fazer para lidar com um mundo amplamente tecnológico e as inevitáveis exposições às telas? Muito bem, fique tranquilo pois a Sociedade Brasileira de Pediatria em conjunto com a OMS produziu uma cartilha de orientação para auxiliar pais e responsáveis! Verifique a cartilha ao final desse texto!!!

É possível que crianças utilizem as telas de forma saudável de acordo com os tempos limites de exposição. Já para o aprendizado, nessa faixa etária de até 4 anos de idade, é extremamente necessário focar em atividades que explorem a comunicação intrapessoal e a coordenação motora.

 







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Romulo José da Silva Júnior

Engenheiro Mecatrônico, Mestre em Engenharia Elétrica e Analista de Produto da CODE8734. Trabalha com impressão 3D há 10 anos, experiência com impressoras 3D modelos cartesianos.

Publicado:

05/10/2023

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